Da morte,
Só lamento a sorte,
Deixar de ouvir o vento,
Torna-lo apenas lamento.
A suave ondulação do mar,
Essa hesitação, o ir e o ficar.
Perdida confundida a natureza,
Desse sentir, essa vaga tristeza.
Pelas manhãs sem ver o amanhecer,
Pelas noites sem o sol me adormecer.
E as flores, tão intensos odores,
E as flores multiplicidade de cores.
A ferida, o grito, a dor,
O arrancar à terra da flor.
A mão que está tão vazia,
A noite cada vez mais fria.
Depois da turbilhão, só então,
A paz, o parar do coração,
Uma palavra, um adeus,
Cala-se a terra, cantam os céus.
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