É preciso, dar tempo ao tempo. Viver devagar, saborear
o ar. Aprender a respirar em cada sopro de brisa.
É preciso sofrer, arranhar os joelhos nas quedas, nas
escorregadelas pelos declives da vida. É preciso aprender a dançar com os ramos
das árvores. Aprender com elas a firmeza, a perenidade, a constância. Entender
a sua luta para subir, para conquistar um pequeno raio de sol que a torne mais fecunda
gerando outros ramos cobertos de verdes folhas. Ramos que se estendem apelantes
para o céu homenageando-lhe a
estonteante beleza.
“O que depressa vem, mais rápido vai”, dizem os
pessimistas, os que têm receio de escancarar as portas do sentir, limitam-se a
espreitar por ela entreabrindo a medo. Que há a temer, o futuro? Para quê
teme-lo se temos que caminhar para ele? Devemos escolher outro percurso com
receio de que o que se avizinha nos faça sofrer? Como saberemos se não o
vivermos?
E se for a felicidade apressada a chegar sem prévio
aviso? E se for apenas mais um engano,
uma brincadeira do destino. Já não temos nada a recear já aprendemos a cair sem
nos magoarmos. Sabemos que toda a dor passa, que toda a ferida se cura, que o
esquecimento é o mais eficaz tratamento que nos pode dar o tempo. Mas sabemos
principalmente que tudo é caminho, que não se volta atrás, que tudo está à
nossa espera. É agora ou nunca…
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