Estou
doente, completamente doente…
Dói-me
a alma, as células e até as moléculas. Dói-me o oxigénio que inspiro, dói-me o
cálcio ou a falta dele.
Doem-me
os aminoácidos, talvez estejam a ficar alcalinos. Doem-me as proteínas vegetais
porque nem gosto de carne.
Dói-me
o ferro de estar a ficar tão ferrugenta. Até me dói a hemoglobina, por falta,
quem sabe, de sangue azul..
Preciso
de um comprimido que se chama Amizade.
De
uma cápsula que seja de Solidariedade.
De
uma injecção bem forte de Incentivo.
Estou
ferida na alma, preciso de um penso rápido chamado Abraço.
As
minhas defesas estão em baixo, preciso de um antibiótico de Estímulo.
Um
anti-inflamatório de Encorajamento para combater a febre de carência afectiva.
Dói-me
a inconstância, preciso da confiança da tua mão.
Dói-me
a falta de paciência, preciso das tuas palavras de ternura.
Doí-me
o coração, preciso de ti para afastar a
solidão.
Mas
esta espera, esta tão longa demora, já me desespera, preciso de um calmante
chamado Esperança.
Lá
fora, o calor parece de Verão, dizem, porque dentro do peito sinto um inverno
muito frio.
Lá
fora há flores de primavera a colorir as ruas,
mas em mim tudo o que desabrocha rapidamente
murcha.
Preciso
urgentemente de me curar, preciso urgentemente de te encontrar, para voltar a
sorrir.
Preciso
de álcool para me desinfectar de todo este desânimo.
Vou,
lavar o rosto, afogar de vez o desgosto.
E
sentir no meu sangue o caminho para a felicidade.
Só
preciso de um passo, e depois outro, todos juntos vão levar-me até ao infinito
e se lá também houver dor, tenho confiança que ela será curada pelo melhor medicamento que existe, o Amor.
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