Quando
se fala de herança, de imediato pensamos em bens materiais, quando há outras
quiçá, bem mais importantes, a herança genética, essa que transporto e prolongo
mas que, por opções do destino não transmiti para o futuro.
A
verdadeira herança, no entanto, é a que
vamos deixando ainda em vida, as pequenas ou grandes marcas que ficam de nós
nos outros e dos outros em nós quando somos também seus herdeiros. É essa a
herança, que posso e tento deixar em forma de gratidão.
O
que fica de nós na vida dos outros e na natureza que nos recebeu e aconchegou é
uma herança imortal, infinita no tempo e no espaço. Gostava de pensar que a
minha pegada humana não foi demasiado grande e
que se não tornei o mundo um pouco melhor, pelo menos que não o
deixei pior à minha passagem por ele.
Quanto
aos outros, a família, os amigos, colegas, vizinhos, conhecidos e até
desconhecidos, entristeço-me sempre que causo uma lágrima, uma mágoa, uma
tristeza por mais pequena que seja. Já a minha alegria nasce de um simples
sorriso, sobretudo se a tiver causado.
Os
bens materiais, podem comprar, (quase) tudo no mundo, mas as coisas que mais
importam, a serenidade, a paz, a conciliação, a concórdia, a harmonia, a
solidariedade, a cooperação, o companheirismo, a amizade, isso não se compra,
herda-se na aprendizagem e no carácter.
Permitam-me
que vá deixando em vós a minha herança, “que a minha presença vos anime e a minha ausência vos conforte” (S.
Estanislau)
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