
Rabiscos
que parecem, ou melhor que quase, mesmo parecem, palavras. Tão simples, tão
banais, mas também elas têm de passar pela mudança, uma quase transformação
onde ainda me sinto aprendiz e criança, o papel passa a ser um ecrã e a caneta
é uma tecla.
Felizmente
ainda há dedos dedilhando e aquecendo a frieza do teclado. Felizmente ainda há
a mão ponta do caminho que começa suave no coração para que possa desenhar
jardins e que nele cresçam flores. Para que cada semente em forma de letras
cresça em árvores com doces emoções que embalam o fim das tardes.
Por
fim, quando os sentidos se desligam das máquinas e são novamente humanas,
frágeis, sensíveis, quando libertam olhar prisioneiro desse plano direito e
estático, podem, então, abrir as asas e
voar sem receio, pelos contornos do horizonte.
De
vez em quando, é preciso, ser-se pessoa e viajar pelos caminhos da alma, ser
mais do que estatística, ficar mais do que estática e, ouvir os passos ao
compasso do coração.
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