
Contrário
aos nomes grandes, intensos, contraditórios, duros na sua sonoridade.
O
meu nome é uma segunda pele, veste-me, reveste-me, caracteriza-me. É neutro
diferente daqueles que têm nomes de flores, de lugares, de coisas, o meu nada
quer dizer e diz tanto. Fala de mim sem me elogiar, nem me derrotar. Quando o
digo, todas as pessoas o identificam, parece-lhes familiar, sorriem e eu
sorrio-lhe de volta, como se o meu nome fosse apenas isso, um sorriso.
Gosto
do meu nome, não tem rococós de jet set,
nem maneirismos de nobreza. É um nome do povo, plebeu e aristocrata porque é
imparcial e isento de conotações.
Há
nomes com passado, com história, com herança de vidas que já os tornaram
únicos, o meu foi posse de algumas figuras importantes, mas todas elas
generosas na sua vivência. Não foram mulheres de “armas”, foram mulheres que
lutaram com o coração. Orgulho-me de transportar o seu nome, agora também meu.
Orgulho-me de quem eram e, tento na minha modesta pessoa ser um pouco como
elas.
Mas pretendo, sobretudo, honrar o meu nome, mantê-lo imaculado, puro,
sinónimo de pessoa com valores, boa cidadã, respeitadora da natureza, solidária
e amiga da humanidade, boa filha, irmã, tia. Para que quem me conhece possa
pronunciar o meu nome sem medo, sem arrependimento mas com alegria, com
simpatia, amizade e afeição. Que o meu nome seja uma nuvem branca num universo
azul celeste. Que exista e permaneça o tempo que é seu e depois se esfume sem
rasto de mágoa.
Gosto
do meu nome mesmo que seja igual a tantos outros, mesmo que seja banal. Não é
que o meu nome seja melhor que o dos outros. Nem que o dos outros seja melhor
ou bonito que o meu, mas, gosto do meu nome, porque é meu, porque sou como ele
e nele, sou eu.
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