Este
país está a arder em chamas de revolta. Este país está queimado, esquecido,
magoado. Este país está em lágrimas de devastidão, as únicas águas que
tentam sem conseguir, apagar o fogo do
seu desespero.
Neste
país arderam vidas, casas, florestas, ardeu a esperança, a confiança naqueles
que lhes garantiram segurança e
protecção, que, não chegou ou
chegou demasiado tarde.
O
país está em cinzas, em pó, espalhado por vales e montanhas que se vestem
de um negro enlutado.
Este
país está triste, uma tristeza cheia de lamentos que nenhum abraço consegue
consolar.
Procuram-se
os responsáveis, que são todos, mas a poucos são imputadas as culpas. Um pedido
de desculpas, não resolve, sobretudo se é arrancado e não generosamente,
solidariamente oferecido.
E
aqueles que conscientemente e maldosamente atearam o fogo devastador, que lhes
“arda” a consciência! Que lhes “queime” no coração cada vida destroçada, cada
mãe sem filho, cada filho sem mãe, cada família sem tecto, cada trabalhador sem
emprego, cada floresta sem verde, cada animal sem pasto. Este país vai
erguer-se, renascer da cinzas, voltar a sorrir, sim vai!
Mas
vai ser preciso muitos anos, muito trabalho e sobretudo muita coragem. Porque
se é fácil erguer paredes, plantar árvores, é impossível fazer ressurgir as
vidas que o fogo na sua passagem levou consigo. É preciso continuar a apagar o
“fogo” que ainda arde em cada pessoa que o viu destruir-lhe a vida, um passado
de labor para erguer o futuro.
É
preciso encontrar soluções para o agora e para o amanhã para que tal calamidade
não volte a marcar a história deste país.
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