
E essa ilha tem uma vasta praia de fina, branca e fofa areia para tornar mais
fácil o caminho dos meus passos por vezes cansados. E essa ilha tem um mar com
marés que em outros tempos fugiam mas que agora apenas regressam e adormecem
aconchegadas por ternas e densas dunas.
E
essa ilha tem árvores repletas de brisas que já não se deixam invadir pelos
ventos tempestuosos de pessoas que nos querem devastar o corpo e a alma. E essa
ilha tem um farol, não para que me encontrem nela, mas para que eu nunca me
perca dela, da sua paz, da sua conciliação com o universo que a compõe.
E essa
ilha tem um cais ansioso por me receber, por me aconchegar em braços de mar, em
beijos de terra, em sorrisos de céu. E essa ilha tem silêncio, como se fosse um
vulcão que engoliu todas as palavras, por serem demasiado agrestes e deixou no
ar não uma sensação de vazio mas antes
de plenitude.
E
essa ilha tem um segredo, uma paisagem interior que guarda, que é, quem sabe, o
seu paraíso secreto.
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