
Mas
mesmo que sendo curta a felicidade, parece ainda assim difícil da encontrar, para muitos
impossível de alcançar, de conhecer. Resta o sonho, resta a espera, resta a
vida nas suas marés de mares que elevam ou afundam, que libertam e sufocam.
Restam as primaveras coloridas, restam as rosas, mais duradouras que as Rosas
de Malherbe. No entanto o nosso olhar,
por vezes tão ávido de paisagens longínquas, passa sem ver a beleza do que nos
está perto. A felicidade que está no mais simples gesto, no mais doce rosto, no
mais terno sorriso. Que nos surge escondida no silêncio e nós não o escutamos,
não sentimos de tão inundados que estamos de palavras vazias à espera que se
encham do que queremos escutar.
Quando
bastava todo o tempo perdido, todos os momentos esquecidos, tudo o que
distraídos não observámos, tudo o que desvalorizamos, tudo o que diminuímos,
tudo o que não quisemos por ser pouco para o tanto que ambicionávamos ter.
Acabamos tantas e tantas vezes por termos tudo e continuamos a lamentar o que
não temos.
Se
ao menos fossemos simples Rosas de Malherbe aproveitando, vivendo a longa e terna
manhã, ensolarada de chuva, inundada de
luz, com ventos que nos dançam suaves nos cabelos e tudo o resto fosse um
suspiro feliz de quem inspirou a emoção de ter vivido.
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