quinta-feira, 28 de maio de 2015

Quando ainda somos...

Quando o meu nome for saudade,
E o meu ser liberto de vaidade,
Vaguear no mar da lembrança,
Que já foi grande e se torna criança.
Quando o meu nome quase calado,
Se tornar caminho abandonado,
Como primavera nascida sem flor,
Como coração que bate sem amor.
O ar que dado em breve suspiro,
No sonhar que já não inspiro,
E lá segue amena a madrugada,
Indiferente à noite tão cansada.

De me lembrar que é na vida,
Que se constrói a despedida.
De aprender que a felicidade,
Começa num acto de liberdade.
Percebo então o que deixei partir,
Sem para esse destino sorrir.
Só vemos a luz quando escurece,
Só sentimos o dia quando adormece.
A falta do sol vem quando o frio,
Nos enche de um inverno vazio.
E até mesmo do íngreme caminho,
Se sente falta quando se está sozinho.

Se há um momento, uma hora,
Que seja neste instante, agora.
Que ainda não somos lembrança, 
Que ainda somos esperança.