
Enquanto
as palavras que se escrevem no fino areal desfazem-se nos afagos do mar. Nessas
areias que num remoto passado já foram rocha, tão forte, tão erguida aos céus,
tão frágil, tão desmoronada aos encantos do vento quando ele lhe soprou promessas
sem nunca as cumprir. “Não importa”, murmura o eco na orla do horizonte, porque
acreditar é ser feliz. Se não acontecer, se não se realizar, fica a alegria do
ter sonhado, do ter sentido. E no intervalo da chuva há um pouco de nós que não
é molhado, que não é magoado e esse pouco, sendo pouco, sabe a tanto, quando
tanto se tem de capacidade para o sentir.
Afinal
basta estar por dentro, afinal basta estar perto de quem escreveu, de quem
viveu, de quem leu, para o sentir, para o guardar. Esse efémero momento quando
o sol se ergue faminto de beijos e a lua sonolenta de tanta noite, parte levando
um sorriso matreiro no dia cresce.
A
vida, essa continua e, o amor, quem sabe um dia acontece…
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