Procuro a coerência, o consenso, o senso comum, a verdade, o
equilíbrio, a harmonia das cores, das formas, o casar das letras, a
descendência das palavras, a geração multiplicada das frases para que o futuro
seja escrito com a tinta celular da vida. E que esse futuro conte uma história,
aqui e ali colorida, limada nas suas pequenas mas dolorosas arestas, que se
torne um testemunho de crescimento, que construa caminhos para se aproximar
cada vez mais da meta de ser feliz. Que ajude nas mais difíceis subidas, que
auxilie nas mais longas descidas. Que seja um par de asas para voar até ao
universo dos sonhos, aqueles que nos surgem enquanto dormimos, aqueles que nos
acompanham enquanto acordados.
Que nos seja um suspiro, uma lágrima sem tristeza mas porque
tocada no mais sublime sentimento nos seja na finitude da existência um dos
mais infinitos momentos. Então realidade e felicidade numa união de facto
consolidada, nunca serão saudade mas sempre e só continuidade.
E tudo porque as vogais deram as mãos às consoantes e num porvir
que se aproxima do amanhã foram por fim ancoradas viajantes escrevendo nas
calmas marés a mais suave curva do horizonte.
Então nasceram estrelas no mar, então cintilaram astros no céu e a
terra estendeu abraços e dançou com os oceanos.
A escrita desenhava linhas de paraíso que partindo do coração,
passavam pela mão e tornavam-se revelação exultante de nós, nascente fecunda de
todas as primaveras.
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