E cá estamos, na última semana de agosto, como quem sente
que é a despedida do verão. Um verão suave, sem grandes choques térmicos, sem
grandes fogos, sem grandes histórias marítimas. Porque mesmo as pequenas já
deixam as suas marcas, por vezes inesquecíveis. Mas o tempo passa e, dizem, tudo
cura. Será?
Afinal, haverá outros agosto(s), a gosto de uns, com a
tristeza de outros. E a vida segue o seu ritmo. Quem quiser, quem puder, que a
acompanhe ou fique a ver passar, num qualquer cais de partida. Porque há sempre
algo que nos parte, em cada dia. O sol, o luar, a onda que parece que volta,
mas já não é a mesma, a que nos transporta o olhar, quem sabe, um pouco do
sentir, do sonhar, do chorar. De esperanças que, no vai e vem, vão chegar,
mesmo que depois tenham de partir. Pensemos positivo, uma tem de partir para
que outras possam entrar na nossa vida e a levar para outras viagens.
São as viagens dos dias, dos meses, dos anos. E assim nasce
a última semana de agosto, o único agosto do ano. Só sente saudade quem não o
viveu em pleno ou quem pensa que nenhum mês será como ele. Mas pode ser. Afinal
o que tem ele de especial?
- Nós, os amigos, o mar, o sol.
- Nós, que continuamos aqui pelo resto do ano.
- Os amigos, que também nos acompanharão.
- O mar, que está sempre à nossa espera em qualquer estação
do ano.
- E o sol, que também nos brilha no peito quer faça chuva,
sombra ou luz.
É apenas a última semana de um mês, prenúncio de outro.
Apenas um mês, que existe para fazer a ponte com o seguinte e com a vida. A
vida, que está sempre à nossa espera com mais um dia, uma semana, um mês… Só é
preciso força e coragem para caminhar por ela e chegar. E lá chegaremos.