Um
dia jurei que nunca mais falaria de amor. Imbuída de um espírito, misto de
desilusão e fracasso. Numa argamassa que
não se definia se devia concluir-se em decepção
ou esperança, porque deixava continuamente um rasto de nuvem no horizonte do
azul celeste.
Um
dia jurei que fecharia o coração a todo e qualquer sonho. Porque se tornava
cada vez mais doloroso o acordar e ser arrancada precocemente desse mundo de
fantasia. Um dia jurei, que viver seria apenas o somar dos dias e adormecer o
corpo cansado sobre os lençóis da noite. Mas, reconheço que não sou grande
cumpridora das minhas promessas.
Porque
é impossível viver sem amor. Basta abrir os olhos e receber a beleza que nos
oferece cada quadro da natureza.
A
Primavera, de renascimento e esperança, dá-nos o perfeito exemplo de
perseverança, quando no meio mais adverso, desponta a frágil papoila, no seu
vermelho imponente que não deixa indiferente a quem por ela passa.
O
Verão, quando o sol abre o seu mais radiante sorriso e a sua luminosidade
penetra no mais recôndito esconderijo de um peito magoado e o aquece com o seu
abraço.
Ou o Outono que nos embala e desenha no chão
um manto de folhas para atenuar a dor da caminhada.
E
o Inverno, que com o seu frio, oferece-nos deliciosas alternativas de
aconchego, uma lareira que nos reconcilia as dissonâncias, roupas macias que
nos confortam a alma. Como não falar de amor. Como não sentir o amor a vibrar
em cada recanto do caminho?
Quando
partem de nós, o amor permanece, magoado, é bem verdade. Com saudades, é
inevitável, mas florescente porque o coração ainda palpita dentro do peito. Afinal
o amor não é o outro que o dá e o leva
consigo ao partir. O amor está em nós, quando o partilhamos e oferecemos, com a
alma plena, como se fosse uma fonte inesgotável.
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