Férias,
acordar tarde, aproveitar cada minuto do dia para fazer o que nos apetece.
Sair
de casa com ou sem rumo. Ir para fora cá dentro, visitar todas as feiras medievais e as
actuais. Estar presente em todos os festivais de música, em todos os arraiais.
Ir até à terra que nos viu nascer, a pequena aldeia, reencontrar familiares,
amigos, aquelas pessoas que mesmo sem nos conhecerem nos dão os bons dias com voz de aconchego. Quase
apetece ficar ali, para sempre, esquecer o barulho da cidade, a monotonia dos
dias, a nostalgia das horas marcadas ao compasso de cada
compromisso
que corremos para realizar.
Férias,
também o ir para fora e meter cada experiência cá dentro, encher o olhar de
novas cores, culturas, histórias da sua história. Por vezes também aí nos
apetece ficar, para sempre, pela sua beleza e civilidade. Queríamos ser assim
quando nos comparamos com as grandes culturas, ou, orgulhamos-nos de ser quem
somos porque mesmo pequenos crescemos e temos capacidade para crescer mais.
Férias,
não ir, ficar e simplesmente, relaxar, desligar o despertador, despir o
espartilho da roupa profissional, trocar os saltos altos pelo básico chinelo.
Caminhar pelas ruas, as nossas ruas, aquelas onde estamos o ano inteiro mas nem
lhe conhecemos as curvas, só olhamos para a paragem do autocarro ou para a fila
de trânsito. As explanadas que saem do café e invadem as calçadas, os parques
verdes para passear com as crianças ou até fazer alguns exercícios nos
aparelhos de ginástica. Reencontrar os vizinhos, os filhos dos vizinhos, como
crescerem sem darmos conta. Ir para férias ou ficar em cada em férias, abrir
aquele livro que nos deram no Natal, com um sumo de abacaxi, hortelã e gelo
ao lado, nesse espaço de silêncio com a
companhia do sol.
Férias
é tempo de ter tempo, para nós, para os outros. Para o repouso do corpo e do
espírito. Para contemplar a natureza, para o reencontro com o nosso “eu”. Para
descobrir, para nos descobrirmos.
Férias,
em suma: descansar, ler, pensar e sorrir.
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