Eu,
dentro de mim, deste corpo que é o meu. Eu, por baixo desta pele, desta carne,
gordura, músculos, ossos.
Eu,
por entre órgãos que vão cumprindo a sua função, como uma fábrica de
funcionários, uns melhores que outros, uns mais lentos outros mais rápidos por
despachar o trabalho e ir para casa no final do dia, dormir e sonhar.
Eu,
por entre a realidade e a fantasia de cada noite e por vezes de cada dia. Eu,
coberta de esperança, de espectativas, de metas, de desejos que se vão perdendo
pelo caminho feito de tempo, de alegria e de mágoa.
Eu,
levando cada pé a tornar-se passo e cada passo a transformar-se em espaço,
daqui para ali, para a frente e para trás, para longe ou para perto.
Eu,
apenas célula, tão pequenina, tão insignificante, quase invisível, resquício,
migalha, um quase nada de mundo e no entanto vida, ar impulso, construção,
decisão, riso e lágrima.
Eu,
dentro de mim, universo de constelações moleculares, átomos de energia anímica.
Tudo, tanto, e no entanto, apenas um quase nada deste Eu, dentro de mim.
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