Cada
pessoa é apenas uma pessoa. Não temos o direito de a escrever, de a desenhar,
de querer que seja tal como a vemos, tal como a sentimos.
Cada
pessoa é apenas uma pessoa, temos, talvez o direito de a sonhar e de por
momentos, nesse sonho acreditar.
Depois, temos de acordar e deixar o sonho voar. Porque cada pessoa que amamos, não era
ela, éramos nós, que estávamos cheios de amor para oferecer.
Cada
pessoa que abraçamos não era ela, éramos nós, cheios de carinho para partilhar.
Cada pessoa para quem sorrimos, não era ela, éramos nós cheios de alegria para
dar.
Cada
pessoa que nos fez chorar, não era ela, éramos nós, cheios de tristeza que já
não podíamos no coração conter.
Podemos-lhe
chamar pessoa amada, porque a amamos. Amiga, porque lhe damos a nossa amizade.
Companheira, porque a acompanhamos.
Mas
cada pessoa é apenas uma pessoa, que fica, enquanto ficar. Que parte, quando
tem de partir.
Porém,
entre a chegada e a partida, fica a gratidão, o reconhecimento do que nos foi,
na forma como nos melhorou, talvez não por ela, mas por nós que assim fomos,
que assim sentimos.
Cada
pessoa é apenas uma pessoa e
nós que olhamos para ela, vimos, na verdade, não o que ela é mas o que nós através dela somos.
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