Enquanto o difícil não for impossível nunca
hei-de desistir, de tentar, mesmo sem conseguir. Quem sabe, um dia, mesmo que
nunca. Há quem diga que “mais do que conseguir o importante é tentar”.
É isso que nos define, que nos revela o
carácter. Esse carácter que “custa caro, mas também há quem diga “pago o
preço”. Por algo cada vez mais “raro” e porque de bom carácter “padeço”.
Doença que quero incurável, que chega a
ser-me dolorosa e até “dispendiosa”, porque perco, não dinheiro, mas “amigos”.
Esses que não “padecendo” da mesma maleita. Vivem de vida aparentemente
escorreita, mais torta que direita. Felizes, há sua maneira. Contentes ou
ocultando o seu descontentamento. Desistiram de ultrapassar o difícil
sentindo-o como impossível. Vestem a camisola de um clube “vencedor” que vence
tudo, talvez até “vença a dor” desse conflito moral, desse grito de
consciência, silenciado com a prática dos anos.
Mas que fazer, se o fingimento não me
preenche, se a felicidade aparente não me satisfaz? Continuar na senda do que
sou, no agreste caminho por onde vou e se for só, que assim seja, vou apreciar
a minha companhia. É tudo uma questão de escolha, de se querer, o difícil,
talvez, nunca se torne fácil, mas o sabor de o cumprir torna-nos mais leves,
mais completos, em harmonia connosco.
Para quê, se tudo passa, sim é verdade. Mas fica,
fica esse instante, esse dia, o tempo em que estamos aqui. O que fica, somos
nós, nas pegadas, nos traços de um sorriso que causamos, nas sombras e
luminosidades do caminho, nos gestos, nas palavras, no que demos, no que de nós
demos. Nesse instante, o impossível concretiza-se e o difícil, se o era, deixou de o ser…
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