Que diversidade de rostos, de idades, de vidas. Passam por mim, mas eu também passo por eles. Quando acelero o passo e procuro com o olhar um poiso para descansar o pensamento. Sim, porque "isto de pensar também cansa" costuma dizer uma amiga minha. Sobretudo quando o "ver" faz doer o coração. Quando se cruza com olhares perdidos, magoados, abandonados pela esperança.
Como o daquele idoso sentado num banco de jardim, uma bola vem aconchegar-se nos seus pés, atrás dela vem uma criança que ainda mal sabe andar. De repente o rosto do idoso ganha luz e surge nele um sorriso que afasta a anterior tristeza. Pega na bola, levanta-se, caminha num passo doloroso. Entrega-a à criança, esta confiante oferece-lhe a mão e vão lado a lado, passeando num passo trémulo.
Solto um suspiro. Preciso de repensar na delicadeza do momento, aquele em que o início e o quase final da vida se tocam e caminham de mãos dadas.
Preciso de saborear este final de dia, quando o fim-de-semana já se despede e uma nova semana se avizinha.
É o eterno ciclo da vida. É o meu domingo à tarde…
Que bonito domingo à tarde, o meu não teve a mesma beleza, mas deu para descansar o pensamento. Bjs A.
ResponderEliminarGostei da reflexão muito da reflexão, um domingo à tarde igual a tantos outros mas que tu sabes “ver” de uma forma diferente. Beijocas C.
ResponderEliminarTens a capacidade de transformar o banal em algo especial. Leonor
ResponderEliminarÉ bem verdade que a vida é cíclica, vão caminhando em ciclos diferentes que em algum momento se tocam deixando a sua herança cultural.
ResponderEliminarImagina-se um passeio no parque e esta cena surge como um momento único, para quem sabe ver e sentir, para quem sabe ir além do que os olhos vêem. Só o coração pode ver assim. Mas não qualquer coração. Só um coração atento aos outros pode ver o que Olhares vê. Vê a vida acontecer, descobre-lhe o significado e conta-o com encanto e beleza. Lindo!
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