Abrimos
a página e entramos pela porta. Conhecemos pessoas, as suas histórias, os seus
dramas, os seus romances, alegrias, tristezas, que partilhadas encontram
ressonância nas minhas.
Tornam-se
amigos, vivemos aventuras, corremos por longos prados, derrubamos fronteiras.
Colhemos primaveras, desafiamos um mar de ondas, deixamo-nos cair cansados
sobre a areia quente.
Abraçamos,
sentimo-nos abraçados. Vemos a chuva a deslizar nos vidros da janela,
aconchegamo-nos no sofá, abrimos um livro que nos leva para mundos secretos.
Reencontramos amigos, fazemos novos, guardamos os antigos, num lugar onde cabem
todos.
Passam-se
dias, meses, anos, entrecruzamos vidas, por vezes, mortes.
Nem todas as
histórias têm um happy end.
Depois,
antes mesmo da despedida, há uma saudade que nos envolve, é quase doloroso
virar a última página, deixar esse amigo pelo caminho.
Cresce-nos
uma quase solidão.
Quase uma lágrima, uma tristeza que transformamos em
alegria.
Por
fim, fechamos o livro, fechamo-lo devagar saboreando um sentimento de gratidão
pelo enriquecimento que nos deixa no peito.
Amanhã
vou escolher outro livro. Há tantas casas que me convidam para entrar.
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