Não
nascemos a pensar, a organizar, a conquistar. Tudo foi surgindo, ganhando o seu
espaço em nós. Os primeiros passos foram uma grande conquista, as primeiras
palavras, uma celebração. O primeiro sorriso uma luz no universo, a primeira lágrima que nos
magoou bem fundo no peito, a primeira
queda um misto de dor e de constrangimento. Mas o que nos define não é o cair
mas o aprender a levantar.
Depois
de tudo isto, largam-nos a mão, incitam-nos a prosseguir sozinhos. Muitos
tropeções, muitos erros depois, é tempo de viver a vida, fazer escolhas, mesmo
que nos levem para onde não queremos ir. Podemos sempre voltar, podemos sempre
recomeçar, porque faz parte de nós sobreviver, ganhar e perder com a esperança
de vencer.
Somos vida, esse encanto e desencanto. Somos o que
somos, nem sempre o que gostaríamos de ser. Se pudéssemos escolher, todos
escolheríamos ser felizes, ricos, belos, perfeitos aos nossos olhos e aos olhos
dos outros.
Mas
não temos outra opção e quando pensamos que temos, que somos nós que ordenamos
aos nossos passos o rumo a seguir, percebemos que fomos levados a essa escolha
por amigos, por fatores múltiplos, por ventos e marés, por sol e chuva.
Um
dia, lá muito à frente, olhamos para trás com dispares sentimentos: nostalgia,
podia ter sido diferente; alegria, ainda bem que assim foi; saudade, que pena
não ter acontecido; orgulho, porque estamos aqui e quem sabe ainda podemos
aprender a fazer melhor…