Que
olhas de olhos fechados? Que procuras ai parado? Quantas dúvidas nos suscita a certeza
de busca em nós de tantos vós. Certeza efémera esta perene dúvida em que vendo
tudo à nossa frente, nada encontramos. Labirintos onde perdidos do universo
redescobrimos o nosso mundo.
Solidão,
diz quem passa. Solidões prefiro
anuir, porque há dias assim e outros que assim não são.
Se
ao menos fossemos pássaros, se ao menos pudéssemos voar, mas não, estamos
presos a este planeta pela força da gravidade que nos circunda.
Mentiras
que contamos para nos convencer que não somos livres. Quando as únicas grades
que nos impedem de partir são os grilhões da consciência. Feliz de quem não a
tem, pareces dizer enquanto observas o vazio.
Um
vazio que não está no olhar, um vazio que já ultrapassou os limites do horizonte,
que mergulhou em ti, que se perdeu em mim e juntos na nossa contínua distância
prosseguimos estrada fora.
Tu
estátua inerte suscitando tantos movimentos ao pensamento de quem como eu passa
e para, nem que seja só para ver o que tu vês, a vacuidade que nos impele a ser
matéria de preenchimento.
Quem
lhe roubou o coração? Quase nos apetece perguntar. Mas não é só esse órgão que
lhe falta. Falta-lhe toda a essência que o humaniza, toda a atitude que o
revela feliz.
Estranha
ilusão de óptica que nos constrange e angustia, olharmos para ti e vermos por
alguns momentos assustadores a nós…
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