Há
santos no altar, onde os olhos se colocam em oração. Mas há tantos outros que
lá não estão e que nos esquecemos de olhar e de lhes agradecer o bem que fazem.
Gente anónima, que passa quase discreta, que passa por nós e se nada mais tiver
para nos dar, deixa-nos um sorriso. Nós que nos habituamos a rostos carrancudos
cujo olhar foge apressado, aquele sorriso, aquele olhar mergulhado no nosso,
surpreende-nos. Talvez não façam grandes milagres mas é nos pequenos que está a
revelação da sua virtude.
Todos
precisamos de “milagres”, não precisam de ser grandiosos, mas por vezes até os
mais simples e aparentemente frugais, são o que necessitamos, são eles que nos
“salvam” de ir por caminhos errados, que nos erguem, dos que estão presentes
quando deles necessitamos dos seus milagres.
São
milagres como o da amizade que ampara, da companhia que afasta a solidão, o
milagre da generosidade que apoia quem mais precisa, o milagre de quem cuida
dos outros, o milagre da partilha em que
não dá o que tem mas o que é como pessoa. Celebrou-se ontem o dia de Todos os Santos,
dos que se imortalizaram e dos que passam ao nosso lado e nos abençoam com a
sua existência.
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