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Então porque continuamos a falar, a questionar?
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Porque ainda não ultrapassamos a surdez do sentir.
Este
poderia ser um diálogo, e é. São as questões que me coloco, são as dúvidas que
vos coloco.
Se
só o vosso silêncio me responder, congratulo-me, é porque ficaram a sentir, a
reflectir, a ter o aprazível encontro
com o senso comum algo que sempre tive dificuldade em reconhecer na continua
mutação de cada momento humano.
Como
humilde ignorante, confesso que os meus
neurónios continuam aos gritos, ambiciosos no seu discurso de perscrutação. É
bom querer saber, dizem. É saudável questionar para que se possa evoluir.
Mas
também é magnânimo reconhecer
a verdade e o valor de tudo o que não se diz. Sentir que basta simplesmente
aquietar o peito, a mente, deixar que
cada pensamento se livre da sua demanda e se permita levemente voar.
Para perceber que é naquele silêncio que o melhor de nós é dado. Quando a oferta de
um abraço contem e transmite todo o dicionário de sinónimos de afecto, de carinho,
de amizade e amor.
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