Os caminhos que escolhemos.
Chegar onde e quando queremos.
Ir à toa mesmo quando nos perdemos.
Ou apenas estar, em algures ficar.
Ou apenas dormir, talvez sonhar.
Ou apenas o relógio desligar.
Ou apenas deixar o olhar voar.
Desapertar o nó da gravata.
Esquecer aquela colega chata
Sentir o cheiro a campo, a mar.
Deixar a vida numa rede balouçar.
Passear de chinelos pela calçada.
De roupa descontraída e amachucada.
Ficar horas sentada numa esplanada,
E não fazer absolutamente nada.
Mas tudo o que é bom chega ao fim,
Ou talvez não tenha de ser assim.
Guardar ondas marítimas no peito,
Um voo de gaivota leve e perfeito.
Para que se torne uma quase eternidade,
Sem se transformar em dolorosa saudade.
Quem sabe chegue até às que hão-de vir,
Com a gratidão de a voltarmos a sentir.
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