Recordações,
tudo são recordações, as Primaveras que chegaram, os Invernos que as levaram. As rosas que murcharam, os malmequeres desfolhados de bem-me-quer. Os arco-íris
desvanecidos. Os rios de chuva descendo a calçada. Os corações desenhados no
embaciamento da janela fechada.
Os
passos que vão encurtando o caminho, o olhar que se estende para lá do
horizonte e que sem alcançar o objecto da sua contemplação espera, quase
desespera.
Recordações
de histórias, de fracassos, de vitórias.
Também das quedas, das lágrimas, das feridas curadas e dos sorrisos
trocados.
Quantos
foram os planos, os desenganos. Os ideais e até os finais. As coisas simples
que nos encheram o peito de alegria. As complicadas que conseguimos ultrapassar
e vencer. Éramos felizes, sim éramos felizes e não o sabíamos…
Mas
a cada recordação que parte desvanecendo-se do nosso ser, outras espreitam,
ansiosas por nascer, crescer e brilhar na nossa vida.
E
todas as noites as recordações que o dia escreveu no livro da memória,
transformam-se em sonhos que as estrelas iluminam e o luar docemente
embala.
E
todas as manhãs as recordações despertam, são girassóis que espreguiçam as pétalas,
enquanto viram o rosto para cumprimentar
o sol, são nuvens que estendem um branco manto sobre o azul celeste, são fontes que
cantam ao desafio com os pardais que se escondem por entre os ramos das
árvores.
Depois
vem a tarde conciliadora, depois vem noite enternecedora. Depois vem cada
momento que se vai no momento seguinte. E até o dia de ontem já se tornou para
o hoje, uma recordação…
Grata
recordação dos Cats.
Memory. All alone in the moonlight. I can smile at the old
days. I was beautiful then.
I remember the time I knew what happiness was. Let the memory live again.