
Nem
sempre escolhi, nem sempre tive opção ou segunda oportunidade. Tomei as minhas
decisões, dei os meus passos, em alguns recuei, em muitos outros avancei.
O caminho é sempre o caminho, com as suas
curvas, subidas e declives, de vez em quando surge um percurso em linha recta, em
terreno plano, nele descansamos a vida, nele encontramos forças e razões para
continuar. Não foi fácil, nunca é, se fosse não lhe daríamos o devido valor,
faz parte de nós vencer os desafios que o viver nos coloca, precisamos deles
para nos sentirmos inteiros.
O
passado cinzelou-me o carácter, deixou-me no rosto traços de crescimento,
marcas do caminho. Deu-me à alma a erosão de cada momento que passou.
O
hoje é apenas a antecipação do amanhã, uma chegada de uma viagem iniciada no ontem.
O passado já não é o que fomos, nem o que somos, mas simplesmente o que depois
de tudo seremos.
Porque
o passado pode marcar-nos mas não podemos deixar que nos defina.
Afinal
não vos contei o meu passado? Não, claro que não, não aqui, onde tudo se ganha
e tudo se perde com a mesma facilidade, aqui onde os conteúdos ganham expressão
e vida própria segundo cada leitura. Mas conto-vos, conto-vos sempre que o
queiram ver, ele está escrito no meu olhar.