É segunda-feira, primeira de Setembro,
mês que lembra escola, trabalho, a despedida da liberdade dos dias e o retomar da
rotina das horas contadas, preenchidas, sempre curtas, fugidias, pequenas
para tanto que nelas queremos fazer.
Retorno
Tempo contado
Tarefas destinadas
Oiço uma voz, que algures dizia:
“Não quero voltar à escola!”
“Não quero voltar à escola!”
“Nem eu!” Pensei.
E outra voz:
“Segunda! De novo o serviço,
o mesmo caminho, as mesmas pessoas, os mesmos afazeres!”
“Segunda! De novo o serviço,
o mesmo caminho, as mesmas pessoas, os mesmos afazeres!”
“Também não me apetece nada,
a segunda, o setembro!”
a segunda, o setembro!”
E da minha infância chegou o dito de
alguém – “o trabalho foi um castigo que Deus deu ao homem.”
“Talvez ao homem, mas muito mais à
mulher”, foi a resposta da minha mãe.
Segunda
Setembro
Trabalho
Rotina
Castigo?
Para muitos é apenas esperança.
A esperança de serem colocados,
chamados, integrados.
A esperança de alguma segurança, mesmo
que de apenas alguns euros contados, que terão de ser muito bem esticados.
A esperança de realização, de
fazer o que se gosta ou aprender a gostar do que se pode fazer.
Que venham setembro e os meses que se
lhe seguem!
Mas, por muito que seja bom e necessário
trabalhar, hei-de sempre desejar o fim de semana, os feriados (ter saudades dos
roubados) e esperar as férias e a liberdade dos dias e das horas e gostar mais,
muito mais de agosto que de setembro!