Já tarda a Primavera, porque a sinto a dançar no meu peito em alvoraço, quer voar, ser andorinha e anunciar o nascimento de cada flor que desperta radiante de luz.
Já tarda a Primavera que me transborda a alma de risos juvenis, com sons de expectativa por essa Primavera que tarda, quando procuro em cada recanto e não encontro ainda, vestígios de ti.
Os Malmequeres já apareceram, cheios de folhas para desfolhar amores que se fantasiam perfeitos. Os botões de Rosa já desabrocham perfumando o ar, até os, Cravos já querem espreitar para saber se é Abril, também eles querem florir.
Só tu tardas, Papoila, minha flor singela, aquela que renova sempre o promissor sonho de renascer do nada e dar ao solo mais agreste a ternura da tua existência.
Tardas em encher de cor o meu olhar, de redobrar a coragem, irromper contra as agruras do meio e impor serena e firme a certeza que define a linha do horizonte.
Porque és tu, Papoila de cor tão rubra, que em tom de festa me que inunda de Primavera o alento. És tu que ilumina o manso trigal e que no seu doce ondular, dá um retoque de ternura ao vento, como se o vento te pudesse abraçar.
Papoila de cor escaldante, que de ti me tens cativa. O teu toque de seda, a tua maciez aveludada, quase tacto de pele despida, quase chama que me desperta o sonhar à muito adormecido.
Dizem que como flor significas fragilidade, beleza efémera, deixando no ar a mensagem de que nada é eterno. Que enganosa pode ser a leitura sobre a tua presença. Para mim, és eterna porque sempre regressas, porque te cumpres numa perpétua Primavera.
A Primavera já esta a chegar, as papoilas já vêm a caminho, as andorinhas já dançam no ar. Tudo tem o seu tempo, a natureza tem o seu relógio sempre certo, alheio aos problemas humanos. Sandra B.
ResponderEliminarQue maravilha é começar a semana com esta Primavera que já se aproxima, mesmo quando as papoilas demoram a chegar. Mas acredito que não faltem ao encontro da estação. Amália
ResponderEliminarAo ler este quase anúncio de Primavera, senti-me renascer, despertar para a beleza da estação, já vi andorinhas no ar, já colhi malmequeres sem os desfolhar, mas ainda não vi papoilas, mas vou estar mais atenta.
ResponderEliminarNesta segunda-feira com o espírito ainda domingando, soube bem receber esta brisa de flores. Espero, como tu ansiosa pelo regresso da papoilas, sem elas a primavera não tem o mesmo colorido. Bjs A.
ResponderEliminarNa sua escrita habitual, um registo jovial, saudosista e simultaneamente cheio de esperança. Acredito que com esta homenagem, até as papoilas vão irromper, só para a ler. Um abraço, Antero
ResponderEliminarÉ verdade, tens razão ainda não vi papoilas este ano, será que também elas estão em crise? Espero que não porque a paisagem ficava muita mais triste sem elas. Alberto F.
ResponderEliminarTambém adoro papoilas, são tão frágeis que me apetecia colher e pôr numa jarra mas não me atrevo. Prefiro admira-las no seu meio ambiente.
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