O dia de hoje fecha um ciclo de festividades, para uns com relativa tristeza, para outros com indiferença. Uma indiferença que lhes é habitual e que nos leva a esta pequena observação.
Que importância tem o que cada um faz com os dias, são deles. Usem-nos bem ou mal, é um direito seu.
Que importância tem o que cada um faz com as datas mais importantes para o seu ciclo de vida. Se forem relevantes ou não para si.
Que aufiram dos feriados, reconhecendo-lhe apenas o beneficio do descanso ou a quebra da rotina que estes permitem. Esquecendo que ele conta uma história feita de lutas e de sangue para conquistar aquilo que hoje somos.
Aos aniversários, que podem constituir uma verdadeira chatice, o ter de lembrar quem apetece esquecer, desvalorizando a importância que cada um tem para a construção da nossa sociedade.
Ao Natal, cheio de teorias, de frases clichés. Natalices que para alguns parece rimar com pedinchices, lamechices, em suma chatices. Porque lá temos de gastar o nosso parco pecúlio em prendas que ninguém precisa ou nem sequer aprecia.
E lá vão ter que assassinar a dieta, trucidar o colesterol, esquartejar a diabetes. Tudo em nome de uma causa, mais que não seja para não ficarem desenquadrados do espírito de comunhão.
Não me atinge que existam tais sentimentos. Que coexistam tais indiferenças. Só me incomoda o facto de não entenderem que nem tudo é pura fabricação, adaptada a cada comemoração. Que não tem que ser entendido como um mero aproveitamento comercial que nos vicia no desenfreado consumismo.
Se não convivem bem com tudo isto, em vez de se limitarem a ser a oposição crítica, sejam a diferença, a solução. Revelem novas possibilidades de um Natal, aniversário, feriado, etc., mais baseado em valores espirituais e menos materiais. Mas sobretudo entendam que há pessoas que os vivem e sentem no âmago do seu ser. Que os oferecem aos outros, não só em determinadas datas, mas em todos os momentos, que se disponibilizam a estar presentes, de corpo e alma. Porque há pessoas assim. E confesso, com genuína alegria, conheço algumas e acredito que existam muitas mais.
Porque é delas que a humanidade é feita, quando tudo parece perdido, são sempre as primeiras a chegar e as últimas a partir.
São estrelas que nos guiam pelo túnel escuro em que por vezes nos sentimos mergulhados sem encontrar uma saída.
Gostaria que todos os que desconstroem argumentativamente todas as comemorações tenham a capacidade de construir, com ideais positivos, um novo e melhor mundo que a humanidade possa celebrar todos os dias e não em só em determinadas datas.