É verão, época de férias,
uns já foram, outros ainda hão-de ir, muitos já lá estão a viver o seu tempo de
merecido descanso.
Gosto de pensar as férias
como um tempo nosso, feito por nós, ao nosso jeito.
Cada um o desenhará tal
como gosta, um tempo repleto de coisas que gostamos de fazer ou simplesmente,
um tempo de não fazer nada.
Um tempo “lento” para saborear o que a pressa do ano
não permite. Fazer “nada” é uma arte que aprendemos com o tempo a construir.
Passamos o ano a sonhar com
as férias, mas conseguimos descansar durante as férias? Desligamos e
descansamos ou ficamos ansiosos para fazer tudo o que planeamos?
As férias de
sonho no sonhar de cada um, fazer longas viagens, conhecer destinos exóticos ou
simplesmente ter a oportunidade de contemplar o mar, estar mais tempo com os
amigos e a família, dar asas ao pensamento em silenciosas caminhadas. Escrever,
ler, pintar, mergulhar na natureza, celebrar cada minuto como se fosse o
último, festejar cada dia como se fosse o primeiro.
Somos pessoas de hábitos,
com vidas cheias de rotinas, escravos do relógio, conseguiremos fazer um corte
com tudo isso, despirmos a roupa justa de cada dia e vestirmos apenas kafkans?
Precisamos de um tempo sem planos, sem horas para dormir ou acordar.
Necessitamos de um tempo para sonhar, para descontrairmos, para apreciarmos,
devagar o respirar. E depois, quando o coração encontra o seu ritmo, sair,
encontrar momentos de alegria, de tranquilidade.
Vamos entrar nas férias com
o pé direito, caminhar lentamente com os dois e depois, firmemente como quem se
encontrou, recomeçar o tempo de rotina com a certeza de que se fez tudo o que
se quis, quando se quis. Que se teve umas boas férias.