Vivemos
num mundo ferido, muitos de nós vivemos anestesiados, febris de ansiedade por
mudança ou acomodados e com medo dela.
Outros foram perdendo a vontade, o
interesse, a sensibilidade, do tacto, da visão, do sentir, do decidir.
As
feridas quando não são tratadas, transformam-se em prepotência, em negligência,
hostilidade, desprezo, indiferença, em solidão, em desunião.
Devemos
estar cientes das fragilidades do mundo, das suas dores que em vez de nos
afastarem, nos devem unir.
Porque afinal, cresce um risco evidente; a ameaça
constante à nossa existência, à nossa sobrevivência, com o fim dos milenares
valores, da nossa cultura, das nossas raízes.
Porque nós, todos, sem raízes
“nada mais somos do que papagaios no vento”. Não podemos curar o mundo, mas
podemos cuidar de quem nos está próximo.
Como? Aproximando-nos mais, escutando,
oferecendo uma mão para acompanhar o seu doloroso caminho.
Oferecendo um olhar
que abraça. Dando-lhe uma palavra amiga, ser solidário, generoso, humilde,
respeitador do seu espaço, dando-lhe a liberdade de decidir e de construir um
lugar onde se sinta em casa, uma vida em que se reencontre e afirme inteiro e
simultaneamente plural.
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