A vida vai-me acontecendo, neste
encontro e desencontro, entre erros e acertos. Inteiro ou em retalhos. Presente neste presente tão cheio de passados. Mas sinto bem no interior de cada célula
que moram em mim saudades que me levam até ao futuro.
No final de cada dia,
quase como se fosse uma oração, um desejo, suspiro, lá nos encontraremos, lá mais adiante, nas mil formas que a vida nos torna. Tenho do mundo um pedacinho a que chamo carinhosamente de lar e é nele que deposito os meus cansaços, e as minhas esperanças. Porque, sim, ainda há sonhos que quero sonhar,
mesmo que muitos deles sejam apenas sonhados.
Ainda há novidades que quero
descobrir, nem que seja unicamente para me fazerem sorrir. Há um lado de mim,
eterna criança de fé e de confiança. Vou deixando ficar um pouco do que sou, do
que dou, em cada passo do caminho, em cada frase que deixo na página em branco da vida. Mas é em cada sorriso que vejo uma porta aberta e eu, entro sem receio de me magoar, porque as feridas curam-se, mas a efemeridade de um sorriso é
irrepetível.
Vivo para cada hoje, nos simples encantos em que o vento faz
esvoaçar uma madeixa de cabelo que dantes era negro, mas que agora vai ficando
uniformemente branco.
Não tenho sentido de orientação, nunca tive, mas isso já não me preocupa, porque cada vez
que me perco reencontro-me na paz dos olhos de quem me quer bem.
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