Basta a pausa de um minuto e tudo pode mudar. Deixarmos de olhar para
nós como se fossemos eternas vítimas de todos os infortúnios da vida e olharmos
com o coração para um horizonte que está para além do visível.
E nesse minuto
calar toda dor que gritamos dentro do peito, um grito que nos sufoca, que nos
torna crescente a mágoa em que existimos. Guardarmos tanta dor só a faz
aumentar, mergulhar em nós só nos torna náufragos sem bóia de salvação no mar
de todos os medos. Vamos parar e sentir esse minuto como se nos fosse eterno.
Vamos respirar pausadamente, o ar que tão levemente nos entra pelo nariz e nos
navega até aos pulmões. Vamos inspirar esse ar como se nos fosse uma caricia,
retê-lo por uns segundos para que ele na sua função de oxigenação nos limpe os
pensamentos negativos e depois, sem pressa, liberta-lo, com gratidão pelo bem
que nos fez.
Olhamos para os anos e sentimo-nos vítimas de um assalto do tempo.
Olhamos para os meses e sentimos que têm asas e que voam enquanto nós
permanecemos pesadamente presos a um compasso imparável. Mas, e os minutos,
quem pára para os olhar, quem pára os sentir dentro do peito?
No entanto, cada
minuto espera por nós para nos acompanhar nos passos que com a idade vão
ganhando lentidão. Ele não voam, eles não se separam de nós sem despedida, eles permanecem como um amigo
que nos escuta sem pressa de partir. Hoje, agora, façam a pausa de um minuto e
sintam a diferença que isso nos pode fazer no resto do dia.