Gostava de
transformar este (sem) respostas em (cem) respostas, porque as perguntas
crescem, o medo tornou-se uma nuvem cinzenta que nem a luminosidade do verão
afasta e as dúvidas confinam as nossas
vidas.
Continuamos a
perguntar a quem sabe mais do que nós: médicos, virologistas, cientistas,
estadistas, ministra da saúde, ao SNS, à OMS…, de onde veio este vírus, quando se
lhe porá termo, quando terminará esta Pandemia? Quando poderemos andar na rua sem medo, sem
olhar para os outros como se fossem nossos inimigos. Quantos irão ficar
infectados, seremos nós os seguintes. Iremos resistir? E a nossa família, as pessoas com quem
partilhamos o nosso dia a dia também poderão apanhar, ou melhor ser apanhados
Covid19? Quando poderemos voltar a abraçar os amigos, a beijar os mais
próximos. Quando voltaremos a respirar sem máscara, quando voltaremos a ver
sorrisos em cada rosto? Quando poderemos sentar-nos ao lado de alguém nos
transportes sem receio de que nos excluam desse espaço. Quando deixaremos de
questionar com o olhar cada pessoa que se cruza connosco sobre se será ser ou
não portador do vírus? Quando deixaremos de ter limites para entrar nas lojas,
nas farmácias, nos eventos desportivos ou culturais?
Quando,
quando, quando?
Quantos
doentes há neste momento em todo o mundo, quantos ficarão mesmo depois do vírus
desaparecer devido a desconhecidas sequelas? Quantas vidas já perdemos, quantas
ainda vamos perder?
Quantos e
quem serão, avós, pais, filhos, irmãos, tios, primos, sobrinhos, amigos, colegas,
conhecidos, novos, menos novos, até quem sabe, nós…
Quantos,
quantos, quantos?
Somos pessoas
de fé, isto vai passar!
Somos pessoas
de esperança, e vamos dizendo aos outros e a nós que vai ficar tudo bem.
Somos pessoas
de resiliência, levantamo-nos todos os dias para trabalhar no local de trabalho
ou em teletrabalho, vamos continuar a lutar para sobreviver.
Somos pessoas
solidárias, que se entreajudam, que concebem medidas de apoio.
Somos pessoas
criativas, criamos mil formas de chegar e de nos unirmos aos outros.
Somos pessoas
imaginativas, reinventamos formas de ocupar o tempo de forma lúdica e saudável.
Neste
momento, enfrentamos a 2ª vaga, aumentam o número de infetados e nós, continuamos
sem respostas, mas já vislumbramos algumas certezas, os efeitos negativos
deixados como marcas em cada um de nós. Pelos entes queridos que perdemos,
pelos despedimentos, pela forma de vida social e económica que modificou vidas.
Um dia, não
sabemos ainda quando, teremos todas as respostas,
encontraremos soluções.
Um dia, não
sabemos ainda quando, tudo isto será apenas uma ténue recordação.
Um dia, que
esperamos, que desejamos seja em breve, tudo isto será uma lição, de como nos
adaptamos, de como nos unimos, de como somos capazes de nos tornarmos melhores
quando os desafios assim os exigem.
Um dia,
acreditamos, Ficaremos bem.
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