“Não
devemos levar as palavras demasiado a sério, o mais verdadeiro acontece no silêncio quando as palavras se
calam”. É aí que tudo acontece, é nesse
momento que aflora o sentir, é nesse
instante que se vencem as barreiras ludibriantes de uma realidade construída
por palavras. São elas que nos seduzem, são elas que nos conduzem por onde
querem e nós, incapazes de conter a força dessas águas, deixamo-nos ir,
acreditando, sonhando.
As
palavras são roupas, despem-se quando é oportuno, depois de nos vestirem de
ilusões, depois de nos desenharem uma verdade que não é a nossa.
As
palavras despem-nos depois de nos enfeitiçarem, de nos levarem a ir por onde
não queremos ir, mas que por elas, acreditamos piamente que é esse o verdadeiro
e único caminho.
Mas
não culpemos as palavras dos outros, porque muitas vezes são as nossas próprias
palavras que nos mentem, que nos fazem acreditar numa realidade que não é a
concreta. Tentam conduzir-nos os pensamentos, tentam controlar-nos os sentimentos,
contam-nos histórias, dizem-se nossas amigas, solidárias com as nossas mágoas.
Num
dado momento, percebemos que as palavras são dissonantes do que somos, do que
queremos, então, está na hora de calar as palavras, tapar os ouvidos, escutar
mais o nosso sentir, é preciso encontrar a nossa força antes que as palavras
(amigas) nos roubem a essência do que somos.
É
preciso olhar o mundo no que tem de sólido e verdadeiro, aprendermos com as
árvores a ser raízes de consistência de resistência e não nos deixarmos iludir
pela beleza dos castelos de areia.
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