Pereceram-me
células do ser,
Doeu-me
forte na emoção.
Por
cada amigo a desaparecer,
Aumentando
a minha solidão.
Mas
nunca parte quem nos fica,
Guardado
na nossa lembrança.
Quem
sem acreditar, acredita,
Que
no futuro a vida o alcança.
Mas
eis o Natal já a chegar,
E
a festa quase a acontecer.
Que
fazer se o peito a chorar,
Não
consegue o Natal receber.
Mas
os braços vão-se abrindo,
E
até o olhar se vai iluminando.
Como
receber o Natal senão sorrindo,
Como
viver o Natal senão amando.
E
afinal a morte é uma ilusão,
Um
erro da vista, chegam a dizer.
Porque
quem nos vive no coração
Existe
sem o conseguirmos ver.