Tenho pedaços de noite,
talhando a madrugada.
No fio afiado da foice,
que ceifa a dura estrada.
Encoberta de nevoeiro,
solidão e aguaceiro.
Queda de água ferida,
no rio da nossa vida.
Cavalo alado correndo,
na luz se desvanecendo.
No dorso do caminho,
erva, urze e azevinho.
Cumes brancos de neve,
nos pulmões um ar leve.
Ávidos de firmamento,
sedentos de esquecimento.
Estou sempre à espera dum poema, daqueles que tornam o despertar mais sereno. A tua poesia tem essa característica de nos embalar. Bjs A
ResponderEliminarUm poema que se enquadra neste dia meio triste. Mas como tudo o que escreves tem uma subtil esperança que o adorna. Beijocas C
ResponderEliminarHá pedaços da noite que nos acompanham no correr do dia, da nossa vida, havemos de os esquecer ao longo da estrada. José
ResponderEliminarQuantas madrugadas, quantos dias de nevoeiro, solidão e aguaceiro que se vão desvanecendo nos braços do esquecimento. Bjs, Leonor
ResponderEliminarTens uma poesia muito feminina, muito doce, terna, nostálgica, como quem sonha de olhos abertos e deixa o coração voar.
ResponderEliminarLindo, gostei muito. Bj, Rui
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