Nunca
como agora senti a noção de efemeridade, incerto, transitório. Nunca
como agora percebi a preciosidade do tempo que temos na vida. Nunca como agora
nos sentimos tão pequenos, humildes, dependentes de tudo e de todos.
Nunca como agora vi e
sofri o hoje, que nunca será amanhã, para muitas pessoas.
De repente o caminho
que parecia sereno e longo encheu-se de fronteiras, de pequenos passos que
vamos conquistando.
Parecia que o mundo era todo nosso, que o destino estava
nas nossas mãos como uma criança que temos de cuidar e proteger, mas cujo
destino é apenas crescer.
Tornamo-nos essa criança, procuramos essa mão
protectora, esse abraço tranquilizador.
Por vezes numa breve miragem
encontramos alguma serenidade na voz que nos liga e pergunta como estamos, essa
pessoa desconhecida, que nem sequer é um familiar, amigo, mas que nos trata
como tal, ou pelo menos assim o sentimos porque o nosso coração solitário
precisa urgentemente desse afeto.
A solidão casou-se com o isolamento, parece
ser uma união infeliz mas duradoura, ou assim nos parece de tão longa.
Perante
a situação, sentimos que se afastam de nós como se nos temessem, afastamo-nos
dos outros com medo de (tudo) de estar a infringir as regras, de estar a
receber ou partilhar doenças.
Talvez seja um momento, uma fase, ou quem sabe, o
princípio de um fim ou de outro começo.
A dúvida torna-se medo. O medo, uma
angústia, uma batalha de quem quer teimosamente, corajosamente negar o perigo.
A febre, a dor, a doença que cresce, a cura que tarda. Venceremos! Ou seremos
vencidos!
Erguemos as nossas armas, a esperança, a resiliência. Lutamos, com a
nossa força toda num sorriso…