Num
recanto do mundo, é onde me sinto estar. Há quem se sinta num recanto da vida,
escondido, com medo de um encontro funesto com a doença ou com outros medos que
nos podem bater à porta. Sentimos-nos frágeis, vulneráveis, impotentes,
sentimos-nos sós, obrigados a uma solidão que não escolhemos.
Não
temos escolha, é o que nos desespera, esta espera, esta incógnita. O que não
controlamos mas que nos controla.
Mas
temos escolha. Podemos agir, deixar de esperar e seguir em frente, tornar cada
dia a construção de algo melhor, uma dádiva. Uma palavra, um gesto, mesmo que
seja na distância de segurança. E há cada vez mais quem o faça, cada pessoa
começa a partilhar o que tinha de si para dar. Os ginásios colocaram aulas na Internet para quem estiver em casa se manter saudável e activo. Quem está
ligado a áreas culturais disponibilizou conteúdos para que o tempo livre seja
um tempo mais enriquecido. Ideias inovadoras vão surgindo para quem se quiser
manter ocupado em casa, bricolage, trabalhos manuais, novas aprendizagens.
É
claro que muitos nem sequer têm tempo para terem tempo livre, estão em casa mas
estão a trabalhar nos seus ofícios. Mas mesmo esses, que no início pensavam que
estavam numa situação ideal, sem horários rígidos, sem a perda de tempo nas
filas dos transportes, constatam aquilo de que estudos recentes já
tinham demonstrado. Estas pessoas, em tele-trabalho, confrontam-se com a sua
própria exigência e caiem no extremo oposto de excesso de trabalho e muitas
vezes numa solidão que lhes inibe a criatividade e sociabilidade no lar. É a
fase que atravessamos, não gosto de lhe chamar crise, quero olha-la ainda com
um olhar de esperança, quero acreditar que em breve vamos voltar a fazer longas
caminhadas sem máscara, que vamos dar e receber abraços sem receio de estar dar
e a receber, nada mais do que afeto.
Até lá é preciso tomarmos consciência do que nos rodeia mas também interiorizarmos as nossas necessidades, capacidades e limites. E sobretudo é preciso que sintamos e façamos os outros sentir que, mesmo longe nunca estivemos tão perto, que cada um na sua casa, não está sozinho. Por isso, telefone, mande emails, fale, dê beijos e abraços aos seus familiares, amigos, colegas, vizinhos, todos precisamos de todos.
Até lá é preciso tomarmos consciência do que nos rodeia mas também interiorizarmos as nossas necessidades, capacidades e limites. E sobretudo é preciso que sintamos e façamos os outros sentir que, mesmo longe nunca estivemos tão perto, que cada um na sua casa, não está sozinho. Por isso, telefone, mande emails, fale, dê beijos e abraços aos seus familiares, amigos, colegas, vizinhos, todos precisamos de todos.
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