Na
primeira sessão de ioga de 2015, a professora, desejou a todos um bom ano e num
gesto de oferta pediu-nos que escolhêssemos uma carta com mensagens e que
ficássemos com ela para nos lembrar o que devíamos fazer neste ano. Vi sair
cartas de Perseverança, de Sabedoria… a mim calhou-me o Perdão. Primeiro não a
recebi com bom agrado, sim é verdade, há muito perdão que me é devido, que há
muito o espero dos lábios calados, de vidas que continuam a seguir em frente
sem olhar um só instante para as pegadas mal desenhadas que ficam na estrada.
Foi
um breve momento, que me fez viajar por muito pensamentos, até todos eles
confluírem para o mesmo rio, o sentido único do perdão
O
perdão dado, recebido? O perdão no seu todo, na sua capacidade de entender que
nem tudo é como queremos, nem todos são como desejamos, nem mesmo os
que amamos embora os continuemos a amar.
Temos que perdoar o que não é sinónimo de aceitar, de nos submetermos à vontade dos outros.
Perdoar-nos por não termos atingido os nossos objectivos, por não termos vencido todas as batalhas. Por não sermos o que esperamos e o que esperam de nós.
Perdão por não sermos perfeitos apesar de tentarmos melhorar a cada dia.
Perdão por não sentirmos o que querem que sintamos.
Temos que perdoar o que não é sinónimo de aceitar, de nos submetermos à vontade dos outros.
Perdoar-nos por não termos atingido os nossos objectivos, por não termos vencido todas as batalhas. Por não sermos o que esperamos e o que esperam de nós.
Perdão por não sermos perfeitos apesar de tentarmos melhorar a cada dia.
Perdão por não sentirmos o que querem que sintamos.
Perdão
por não dizermos o que esperam ouvir da nossa boca, do nosso coração.
Perdão
pelo que fizemos sem a intenção do sentido que tomou, da dor que causou. Perdão
pelo que não fizemos, deixando na espera, na ausência desse gesto quem o devia
receber porque lhe era devido.
Mas
também o perdão que nos devemos pelos gestos impensados dos outros, que na sua
pressa, rotina, indiferença ou mera característica de assim ser, nos laceraram
a esperança, a confiança…
Perdão
por todos aqueles que nunca o pediram, porque não acharam necessário, porque
não se aperceberam das consequências dos seus actos, porque não lhe deram
importância, ou simplesmente porque acharam que o perdão não existe, nem o
erro, nem a culpa. Que vivemos passando sem nos determos na forma como marcamos
o caminho.
Temos
sempre de perdoar, perdoar-vos, perdoar-nos, para não deixar que uma dor nos
fique indefinidamente a magoar, como um espinho cravado na alma.
“Ser
feliz é encontrar força no perdão, esperanças nas batalhas, segurança no palco
do medo, amor nos desencontros” F. Pessoa
“O
fraco nunca pode perdoar. Perdão é um atributo dos fortes” M. Gandhi