Ela marcou um encontro, com o passado num futuro talvez longínquo. Marcou um lugar, na curva do rio. Marcou uma hora, na sombra do luar, onde o sol ainda espreita mas já parte com pena de partir. Mas deixa uma missão à lua. – Depois conta-me o que aconteceu. Quem veio, como foi o reencontro, quanto tempo durou o abraço, se aconteceu o beijo, se houve lágrimas de saudade, se se ouviu um suspiro de espanto.
- E que espanto esperas? Pergunta a lua. - E que abraço pode acontecer? Que beijo poderá suceder? Talvez lágrimas, suponho que sim…
- Porquê essa descrença, esse luar de nostalgia? Questiona o sol ainda sorrindo.
- Porque o tempo, meu bom amigo, tudo cura, mas também é adverso ao coração.
- Não acreditas que o amor pode perdurar no tempo e na distância?
- Acredito, se ele for cuidado como um jardim, se ele for regado para não perecer a flor.
O sol desaparece no horizonte, deixa no ar o silêncio. Uma resposta que fica no ar, porque só ele conhece a grandiosidade que cabe em cada coração que a vida separou, mas quem sabe o destino volte a unir. Ele não é descrente como a lua, ele acredita que o sonho acontece, no momento certo, no lugar preciso.
Ela marcou um encontro, não sabe se ele virá, se a abraçará, se lhe dará o beijo esperado. Não sabe se ainda terá lágrimas para chorar a saudade, mas sabe que haverá espanto. Porque a vida deixa em cada um de nós a marca dos seus escritos nas linhas do nosso corpo. Acredita contudo que aos seus olhos a beleza dele ficará eternamente jovem, encantadoramente imaculada. Mas o maior espanto será, se ele vier ao encontro marcado e trouxer consigo um sorriso de sol para iluminar a hora em que cresce a sombra do luar.
Muito bonito este texto este encontro ou desencontro entre o sol e a lua. Num diálogo curto mas com uma clara mensagem. Não devemos faltar ao encontro marcado, mesmo que a lua nos queira invadir com o seu racionalismo, é sempre melhor escutar o sol e ter esperança que o amor ainda pode acontecer, na curva do rio, na hora da sombra do luar.
ResponderEliminarÉ preciso parar para pensar e sentir cada encontro marcado. Não porque tenhamos escrito na agenda, que assim será. Mas porque é preciso de Vaz em quando parar para não caminhar sem rumo. É preciso deixar o sol entrar na nossa vida e nos fazer acreditar que tudo pode acontecer, se não faltarmos a esse encontro com o futuro e porque não com o passado que só se concretiza neste presente?
ResponderEliminarUm encontro que esperamos acontecer, na curva do ri, na hora em que a surge a sombra do luar. Um encontro ainda com o sol no peito a desenhar esperanças. Espero que este encontro aconteça, que tu não faltes, que ele venha, que aconteça o abraço, que dure a vida inteira. Que o beijo seja a condensação de todas as palavras que ainda não foram ditas e que o espanto seja de felicidade. Bjs A.
ResponderEliminarAdorei ler este diálogo entre o sol e a lua. Entre a descrença e a esperança. Entre o calor que o coração sente a razão que nos gela a alma. Sobretudo neste dia tão frio, é bom ver e sentir que o astro rei brilha para nós e se lhe dermos uma chance, brilhará em nós. Beijocas C.
ResponderEliminarTemos sempre um encontro marcado com o destino. Não sabemos o dia, nem a hora, tão pouco o lugar, mas estaremos lá, será que a outra parte estará? Desejamos sempre que sim. Alberto F.
ResponderEliminarEstranho desígnio este, o nosso, feito de encontros marcados. Tenho a sensação que faltei a alguns, por isso surgem os desencontros. Quando o silêncio vem preencher o sonho. Amália
ResponderEliminarDiz-me onde fica a curva do rio, e no relógio qual a hora da sombra do luar e eu não faltarei ao encontro. Levo beijos e abraços.
ResponderEliminar