Tão
simples, tão difícil. Simples porque basta, sentar e ficar assim quieta, a
respirar. Difícil porque é difícil parar, sentir e ficar ali sem fazer nada,
quando o corpo nos quer fugir para outras tarefas, quando o pensamento se torna
um pássaro a querer voar para tantos outros lugares. Ficar calmamente ouvir o
bater do coração quando geralmente somos impulsionados pelo o tic tac do
relógio.
Assomam-nos
dúvidas, eternas perguntas; será que vale a pena, vai mudar algo em nós,
estaremos a fazer tudo da forma correta, para quê, porquê? Queremos respostas
rápidas, efeitos imediatos, precisamos sentir que resulta, necessitamos sempre
de certezas, caso contrário, desistimos. Chega de perder tempo. Esse tempo que
nos é sempre tão curto e rápido no seu passar.
Temos
de ser determinados, optar, decidir o que queremos, simplesmente, porque
queremos. Se nos sentámos, se decidimos meditar é porque algo nos leva a isso.
Porque o corpo nos pede, porque a mente cansada nos implora. E por isso, nem
que seja apenas por isso, devemos, sentar, ficar e meditar. Pode não ser uma
meditação prolongada, pode não ser muito relaxada, mas para uma primeira vez
devemos aceitar que valeu a pena. Amanhã será melhor, estamos a aprender,
estamos a começar. Devemos permitir-nos ser como crianças a dar os primeiros
passos e cada passo tem o sabor de vitória.
Afinal
investimos em nós, parámos para nos vermos como somos, demos atenção às nossas
necessidades. Fizemos algo por nós. Foram apenas 5 minutos, amanhã ficaremos
10. Hoje os nossos pensamentos foram irrequietos, amanhã iremos aquieta-los.
A
meditação tem diversas técnicas, começamos pela mais simples, sentar e
respirar. Tentar dar atenção ao ar que entra e sai dos pulmões. Fechamos os
olhos para observarmos apenas o movimento do corpo enquanto inspira e expira.
Mas podemos abrir os olhos olhar para um ponto fixo, se quiserem um pequeno
circulo que desenhamos numa página branca. Ou uma luz de vela, o seu movimento.
Deixar-nos
ir sem queremos controlar o que somos, sem determinarmos cada instante da nossa
vida. Parar, fazer uma pausa par nos sentirmos vivos, para nos sentirmos
humanos. Para constatarmos as nossas fragilidades e encontrar nelas a nossa
força.